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Um público multissetorial assistiu ao Workshop “Introduzindo uma agenda pró-criptografia na América Latina e Caribe” da eLAC e AC-LAC

Representantes de governos, setor privado, sociedade civil, academia e comunidade técnica participaram do primeiro workshop e-LAC junto com o AC-LAC em uma sessão na qual especialistas regionais e internacionais discutiram a importância da criptografia e a necessidade de implementar uma agenda pública a favor dela.

Quinta-feira, 16 de junho de 2022. Em um mundo hiperconectado como o que vivemos, a segurança digital é cada vez mais importante para a preservação dos direitos digitais, que nada mais são do que direitos humanos e fundamentais em um contexto digital. A criptografia é um componente essencial para a segurança. Manter uma internet que garanta a privacidade e proteção dos dados pessoais e metadados de cada cidadão latino-americano é essencial.

Em meio a esse debate que está ocorrendo na esfera pública sobre os benefícios (e para outros, desvantagens) que a criptografia proporciona, convocamos especialistas latino-americanos e globais para conversar conosco sobre a criptografia em seus múltiplos ângulos e os benefícios de ter uma agenda regional.

Na última terça-feira, 14 de junho, a Agenda Digital para a América Latina e o Caribe eLAC (CEPAL), juntamente com a Aliança para Criptografia na América Latina e Caribe, AC-LAC, organizou um Workshop aberto e gratuito, cujo objetivo foi apresentar o trabalho da AC-LAC e a importância de desenvolver uma agenda pró-criptografia, diante de um público tão representativo de múltiplos atores quanto heterogêneo.

Reviva a sessão completa aqui:

O evento foi moderado por Sebastián Rovira (CEPAL), que abriu a sessão falando sobre os 9 pilares da agenda e-LAC: A primeira consiste em Tecnologias Emergentes; em segundo lugar Infraestrutura Digital, terceiro em Confiança e Segurança Digital (ligado diretamente à agenda AC-LAC); quarto, Transformação Digital e Economia Digital; em quinto lugar, Mercado Digital Regional; o sexto é sobre Governo Digital; sétima cooperação digital regional; Em oitavo lugar está Inclusão, habilidades e competências; e, finalmente, o nono pilar consiste em como enfrentamos a pandemia e a facilitação da reativação que as TIC implicam.

 

Depois veio a intervenção de Flávio Rech Wagner (Presidente da ISOC Brasil). Durante ela, o especialista brasileiro apresentou a Aliança para Criptografia para América Latina e Caribe; sua missão, visão e trabalho em prol da promoção da criptografia como ferramenta fundamental para proteção de dados, segurança e preservação dos direitos humanos e fundamentais das pessoas.

Em seguida, em uma segunda etapa, uma palestra introdutória foi proferida por Robin Wilton (Diretor, Internet Trust, ISOC) e David Frautschy (Senior Director, European Government and Regulatory Affairs, ISOC). Wilton abordou a necessidade de mudar a história do que é criptografia e por que é importante para nós ter uma noção melhor de por que é importante e quais soluções podem funcionar e o que pode causar danos maliciosos. “Devemos mudar a narrativa negativa que existe sobre criptografia e explicar à sociedade sua importância”, disse.

Por sua vez, David Frautschy, dedicou-se a explicar os problemas da lei da União Europeia de CSA (Child Sexual Abuse), que tem encontrado forte resistência em todo o mundo devido ao seu claro ataque à privacidade e segurança de dados dentro e fora da União Europeia.

O debate foi então aberto em um painel composto por quatro especialistas representando os múltiplos stakeholders do ecossistema Digital; São Sofía Celi (Criptolatino); Pablo Bello (Whatsapp); Veridiana Alimonti (EFF) e Juan Pablo García (AGESIC Uy).

Sofía Celi focou em soluções tecnológicas que protegem não apenas o conteúdo, mas também nossos metadados, que também expõem dados privados como nosso tempo online, páginas visitadas, entre outros. Também expressou que “é muito importante que a criptografia seja algo que seja usado por default. Que não seja opcional”.

Por sua vez, Pablo Bello falou sobre a visão do setor privado. Em sua explicação, ele enfatizou a confiança. Explicou que “a confiança tem tudo a ver com a interseção de privacidade e segurança. A criptografia é uma tecnologia que permite essa confiança”. Também observou que abrir mão de parte de nossa privacidade em troca de segurança é uma falsa dicotomia: “Se abrirmos mão da criptografia, também abriremos mão da segurança”, observou Bello. E sobre os casos em que se alude que backdoors favorecem a segurança, explicou que “o equilíbrio entre segurança e privacidade não passa pelo enfraquecimento da criptografia, mas sim pelo desenho de mecanismos de colaboração para combater o crime”.

Já Veridiana Alimonti referiu-se aos atributos da criptografia: e um deles é “integridade e autenticidade das informações, além da confidencialidade, fundamental para a garantia de direitos”, explica. Ao mesmo tempo, explicou que precisamos “construir caminhos para que a criptografia seja dada por padrão. A garantia de direitos anda de mãos dadas com a preservação da criptografia”.

Por último, Juan Pablo García referiu-se à importância de gerar campanhas de conscientização e comunicação criptografada, para que o público em geral compreenda e avalie os riscos de não usá-la.

Toda a informação sobre o workshop e os painelistas, disponível AQUI.

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