twitter

Especialistas de todo mundo contestam a campanha anti criptografia do governo britânico

O enfraquecimento da criptografia torna as comunicações privadas inseguras e coloca em risco a segurança daqueles que mais precisam. A AC-LAC, juntamente com outras 57 organizações de todo o mundo, assinaram uma carta abertapedindo que o governo britânico repense sua posição de ataque à criptografia.

Obtenha aqui a versão original disponível em inglês.

A tradução original para o português foi feita e publicada no site da Internet Society Brasil.

Sexta-Feira 11 de fevereiro, 2022.

O Ministério do Interior do Reino Unido planeja forçar as empresas de tecnologia a remover as medidas de privacidade e segurança de serviços criptografados, como WhatsApp e Signal, como parte de sua Lei de Segurança Online (“Online Safety Bill”). Pior ainda, o Ministério do governo britânico lançou uma campanha alarmista desperdiçando centenas de milhares de libras com uma agência de publicidade de Londres para minar a confiança do público em uma ferramenta crítica de segurança digital para manter pessoas e empresas seguras no ambiente online.

Minar a criptografia tornaria nossas comunicações privadas inseguras, permitindo que terceiros e governos interceptassem conversas. Minar a criptografia colocaria em risco a segurança daqueles que mais precisam. Sobreviventes de abuso ou violência doméstica, incluindo crianças, precisam de comunicações seguras e confidenciais para falar com seus entes queridos e acessar as informações e o apoio de que precisam. Como Stephen Bonner, diretor executivo de tecnologia e inovação do Gabinete da Autoridade de Proteção de Dados do Reino Unido, ressaltou recentemente que a criptografia de ponta a ponta “fortalece a segurança online das crianças ao não permitir que criminosos e abusadores enviem conteúdo prejudicial ou acessem suas fotos ou localização”. 

Safe Escape e LGBT Tech – duas organizações que representam e protegem grupos vulneráveis ​​– enfatizam a importância vital das comunicações criptografadas vítimas de abuso doméstico e para pessoas LGBTQIAP+ em países onde enfrentam assédio, vitimização e até mesmo ameaças de morte. Longe de torná-los mais seguros, negar às pessoas em risco um espaço de comunicação confidencial as coloca em um risco ainda maior e às vezes mortal.

As políticas anti criptografia ameaçam o direito humano fundamental à liberdade de expressão. O comprometimento da criptografia prejudicaria o jornalismo investigativo que expõe a corrupção e a criminalidade. De acordo com o Centro de Jornalismo Investigativo, sem um meio de comunicação seguro, as fontes ficariam desprotegidas e as vítimas hesitariam em denunciar. 

Ao contrário do que o Ministério do Interior afirma, os principais especialistas em cibersegurança concluem que mesmo a verificação de mensagens “cria sérios riscos de segurança e à privacidade para toda a sociedade, enquanto o auxílio que pode fornecer à aplicação da lei é, na melhor das hipóteses, problemática”. Os backdoors criam um ponto de entrada para que Estados, criminosos e terroristas tenham acesso a informações altamente confidenciais. O enfraquecimento da criptografia afeta negativamente a Internet global e significa que nossas mensagens privadas, informações bancárias confidenciais, fotografias pessoais e privacidade seriam prejudicadas. O chefe do MI6, Richard Moore, aproveitou seu primeiro discurso público para alertar sobre o aumento da ameaça à segurança de dados vinda de países rivais. Pela análise do Sr. Moore, o Reino Unido estaria facilitando as coisas para governos hostis, travando uma guerra contra nossa segurança pessoal e nacional.

O governo do Reino Unido deve reavaliar sua decisão de iniciar uma guerra contra uma tecnologia que é essencial para tantas pessoas no Reino Unido e pelo mundo afora.

Organizações Signatárias:

  1. Access Now
  2. ACLAC (Latin American and Caribbean Encryption Coalition)
  3. Adam Smith Institute
  4. Africa Media and Information Technology Initiative (AfriMITI)
  5. Alec Muffett, Security Researcher
  6. Annie Machon
  7. ARTICLE19
  8. Big Brother Watch
  9. Centre for Democracy and Technology
  10. Christopher Parsons, Senior Research Associate, Citizen Lab, Munk School of Global Affairs & Policy at the University of Toronto
  11. Collaboration on International ICT Policy for East and Southern Africa (CIPESA)
  12. Cybersecurity Advisors Network (CyAN)
  13. Dave Carollo, Product Manager, TunnelBear LLC
  14. Derechos Digitales – Latin America
  15. Digital Rights Watch
  16. Dr. Duncan Campbell
  17. Electronic Frontier Foundation
  18. Faud Khan, CEO, TwelveDot Incorporated
  19. Fundación Karisma
  20. Global Partners Digital
  21. Glyn Moody
  22. Index on Censorship
  23. Instituto de Desarrollo Digital de América Latina y el Caribe (IDDLAC)
  24. Internet Society
  25. Internet Society Brazil Chapter
  26. Internet Society Catalonia Chapter
  27. Internet Society Germany Chapter
  28. Internet Society India Hyderabad
  29. Internet Society Portugal Chapter
  30. Internet Society Tchad Chapter
  31. Internet Society UK England Chapter
  32. Internet Freedom Foundation, India
  33. JCA-NET (Japan)
  34. Jens Finkhaeuser, Interpeer Project
  35. Prof. Dr. Kai Rannenberg, Goethe University Frankfurt, Chair of Mobile Business & Multilateral Security
  36. Kapil Goyal, Faculty Member, DAV College Amritsar
  37. Khalid Durrani, PureVPN
  38. Prof. Dr. Klaus-Peter Löhr, Freie Universität Berlin
  39. LGBT Technology Partnership
  40. Liberty
  41. Luke Robert Mason
  42. Mark A. Lane, Cryptologist, UNIX / Software Engineer
  43. OpenMedia
  44. Open Rights Group
  45. Open Technology Institute
  46. Peter Tatchell Foundation
  47. Privacy & Access Council of Canada
  48. Ranking Digital Rights
  49. Reporters Without Borders
  50. Riana Pfefferkorn, Research Scholar, Stanford Internet Observatory
  51. Simply Secure
  52. Sofía Celi, Latin American Cryptographers.
  53. Dr. Sven Herpig, Director for International Cybersecurity Policy, Stiftung Neue Verantwortung
  54. Tech For Good Asia
  55. The Law and Technology Research Institute of Recife (IP.rec)
  56. The Tor Project
  57. Dr. Vanessa Teague, Australian National University
  58. Yassmin Abdel-Magied

Síguenos en nuestras redes sociales de twitter: @aclac_alianza y linkedIn: AC-LAC o en nuestra web www.iddl.sg-host.com para más información

Share

Latest

AC-LAC SOBRE OS JULGAMENTOS NO STF: CRIPTOGRAFIA FORTE É A GARANTIA DO EXERCÍCIO DE DIREITOS E DA SEGURANÇA NO AMBIENTE DIGITAL

A Aliança para a Criptografia na América Latina e Caribe – AC-LAC, coalizão multissetorial formada por cerca de 40 entidades e empresas, vem a público expressar sua preocupação com o julgamento, no Brasil, das ações no Supremo Tribunal Federal que se relacionam com o uso da criptografia e que tiveram origem a partir de ordens judiciais de bloqueio do aplicativo WhatsApp no país. Na ADI 5527 está em jogo a interpretação das sanções aos provedores de aplicação e conexão previstas no Marco Civil da Internet (MCI), como “suspensão” e “proibição” dos serviços. Já na ADPF 403 o que se propõe é o estabelecimento de um precedente que afirme que os bloqueios de aplicativos, como no caso do WhatsApp, violam os direitos fundamentais à comunicação, à liberdade de expressão e de associação da coletividade.

Pesquisa sobre vulnerabilidades criptográficas em criptografia ponta a ponta em Matrix, foi o foco desta conversa de troca de conhecimento entre membros do AC-LAC

O Paper, intitulado “Practically-exploitable Cryptographic Vulnerabilities in Matrix”, relata várias vulnerabilidades criptográficas virtualmente exploráveis ​​no padrão Matrix para comunicação federada em tempo real e seu principal cliente e implementação de protótipo, Element. Estes, em conjunto, invalidam as garantias de confidencialidade e autenticação reivindicadas pela Matrix contra um servidor malicioso.

No Dia Mundial da Criptografia 2022, o Observatório de Criptografia – Obcrypto, apresenta-se à região, com o mesmo objetivo, mas com um olhar cem por cento latino-americano.

Com proposta renovada, o Observatório da Criptografia, projeto promovido pelo IP.REC em parceria com a AC-LAC (Aliança para Criptografia na América Latina e Caribe), apresenta seu novo site e o mesmo objetivo de monitorar fenômenos que afetam a Criptografiae os benefícios que proporciona e que todos os membros do ecossistema digital usufruem, mas agora transcende as fronteiras do Brasil para expandir seu foco para um nível mais regional.

Contato

aclac@iddlac.org

Siga-nos em nossas redes